Os moradores do Vale do Homem são dos portugueses que menos pagam em termos de tarifas pela água, saneamento e recolha de resíduos. Terras de Bouro é mesmo o concelho com a água mais barata do país. Os concelhos de Amares e Vila Verde têm também valores muito abaixo da média nacional. O mesmo se passa no caso do saneamento e da recolha de resíduos.
O município de Terras de Bouro é aquele que cobra as tarifas de água mais baixas do país, com os seus moradores a pagarem, em média, 15 cêntimos por metro cúbico de água. No extremo oposto do contexto nacional está o concelho de Paços de Ferreira, onde os habitantes pagaram, no rescaldo de um ano, mais 190 euros que um consumidor médio do concelho de Terras de Bouro.
Em Terras de Bouro os baixo preços estão intimamente ligados ao facto da maioria das fontes e nascentes estarem localizadas em terrenos particulares. No entanto, a autarquia avisa, em breve, os preços “terão de aumentar”. Joaquim Cracel explicou que o baixo preço da água em Terras de Bouro resulta de um acordo “feito há muitos anos” entre a Câmara e as populações, já que a água é “proveniente de fontes e nascentes que eram propriedade de particulares”.
A Câmara fez um depósito que recebe essa água e ficou responsável pela sua distribuição ao domicílio, recebendo as populações como contrapartida “uma tarifa quase social”. “A esmagadora maioria das famílias paga atualmente três a cinco euros por mês de água, mas também há muita gente a pagar apenas um euro ou 70 cêntimos”, garantiu Cracel. Segundo Joaquim Cracel, a população paga 15 cêntimos por metro cúbico de água, “uma tarifa que está a acarretar um prejuízo muito elevado” para a Câmara. O autarca garantiu que foi já elaborado um estudo que prevê um aumento do preço do metro cúbico de água para 22 ou 23 cêntimos.
Um valor, ainda assim, muito aquém do praticado, em termos médios, em Portugal. Senão veja-se: em Paços de Ferreira, a água, o saneamento e o tratamento de resíduos custaram, em 2011, cerca de 482,28 euros às famílias. Só pelo abastecimento de 210 metros cúbicos de água foram pagos 209,04 euros.
Em Lisboa apenas foi divulgado o preço da água, que custa a cada família 95,24 euros. Menos 35,5% que os 132,24 euros no Porto.
Consumidor amarense paga mais pela água e vilaverdense pelo saneamento e resíduos
De acordo com os dados fornecidos pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, no seu portal, o consumidor amarense é aquele que, no Vale do Homem, mais paga pela água consumida. Em média, o consumidor amarense paga 52, 92 euros anuais pela água, acrescentando-se à fatura mais 15,60 euros/ano pelo saneamento e 24,60 euros de taxa de resíduos. Em termos médios, a fatura anual ronda os 93,12 euros.
Já em Vila Verde, os habitantes têm maiores gastos com saneamento e resíduos. Numa fatura anual média a rondar os 119 euros, o consumidor vilaverdense vê 45,96 euros serem gastos em água, 35,64 em saneamento e 36,96 em resíduos. No entanto, estes valores ficam abaixo da média nacional e são dos mais baixos do país e do distrito de Braga.
Terras do Homem, em 11-10-2012
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