
Na placa colocada na entrada da Vila de Terras de Bouro, pode claramente ler-se “que a obra se realizará no espaço de 365 dias”. Volvidos mais de 500 dias e as piscinas municipais nem vê-las! Contudo a placa foi “plantada” a tempo do Zé Povinho, poder ler, acreditar e depois votar. Votou-se em consciência?!
Foi um acto responsável prometer-se a construção de uma obra que afinal não se construiu? “Afinal para que serve uma piscina aquecida, semi-olímpica e com tanque de aprendizagem?! Nós sempre passámos sem ela!” Esta pura argumentação já foi dirimida por alguns dos retrógrados desta nossa praça! Na Nossa Terra, pelo jeito, realizamo-nos quando contemplamos uma placa. Lerdos ou parvos? Não. Talvez pacientes e resignados: uma simples placa já nos satisfaz!
Na vida, a falta de palavra não traduzirá um comportamento deplorável? E aqueles que hoje dizem sim e amanhã afirmam “sopas” serão uns modelos a seguir? Será possível contemporizar com gente que, para fazer valer os seus interesses imediatos, tudo promete e, na primeira ocasião, se lhe der jeito, dá o dito por não dito, merecendo, por tal, o desprestigiante rótulo de, como se diz na Nossa Terra, de “era e não era”?!
Em Outubro de 2005, em plena campanha eleitoral, muitos terrabouresnses dogmáticos afirmavam: “Daqui a um ano teremos piscinas!” E já se faziam planos para combater o colesterol, imaginando-se gastar inúmeras calorias nas águas aquecidas do “tanque semi-olímpico”. Mas em lugar do tanque apenas vislumbramos uma desilusão: um enorme buraco! Pronto! Temos aquilo que merecemos: “uma cratera” e uma placa!
Todos sabemos que as grandes obras merecem grandes promessas e grandes placas! Não serão estas piscinas mais um projecto condenado a terminar, inevitavelmente, no triturador do cesto dos papéis?
Calígula na peça de Camus queria a lua no meio do seu quintal. Eu não quero a lua no meio do meu quintal, quero ter, tal como todos aqueles que vivem em todos os concelhos deste distrito, uma piscina na sede do concelho que me viu crescer e onde decidi viver.
É tempo de se retirar a placa e explicar aos terrabourenses por que razão as piscinas que nós todos ansiamos não passaram de mais um devaneio. Será que estarei a pedir muito!...
Publicado no jornal o "Geresão" em 20 de Março de 2007.
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